quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Afirma o Reitor da Universidade de Coimbra que raramente em Portugal a inteligência reside nas classes altas.
Concordo liminarmente e acrescento que é vergonhoso haver ainda, no século XXI, quem pareça viver na Idade Média, ao julgar ser de bom tom prestar, das mais variadas formas, vassalagem aos ricos, aos ditos "poderosos".
Ignoram que "submissão" e "respeito" não são sinónimos, e que a dignidade não tem preço.

Com que voz

Gravado em 1969 mas só editado no ano seguinte, o fado "Com que voz" representa para muitos o auge da carreira de Amália Rodrigues, iniciando a fase de maturação da voz que percorre toda a década de 70 até ao seu declínio, que se dá nos anos 80, sobretudo a partir da fase da doença. Aos 50 anos de idade, a capacidade vocal da fadista parece ter atingido o seu pleno.
O extraordinário sucesso que se acentuara e consolidara nos anos 60 muito deve - como a própria Amália reconhecia - ao talento do seu (melhor) compositor, Alain Oulman, que pôs a rainha do fado a cantar grandes poetas como Luís de Camões, José Régio, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill e Manuel Alegre.