sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Metafonia: uma reinvenção necessária

O Madredeus está agora de regresso, após cerca de 2 anos afastado dos palcos. O Madredeus voltou, mas sem Teresa Salgueiro.
Não sei, ao certo, o que mais admirei no antigo grupo: se a vocalista, se a qualidade instrumental do grupo - ou se o conjunto em si. Creio que a perfeição que sempre encontrei naquele Madredeus se devia à harmonia conseguida.
Teresa Salgueiro sem o Madredeus não é o que era, e, por outro lado, duvido que o grupo sem ela volte a cativar o seu antigo público da mesma forma. Contudo, esperei ansiosamente pelo lançamento do novo álbum, da também nova formação.
Pedro Ayres Magalhães, autor da maioria das letras e músicas do grupo, certamente saberia escolher uma vocalista à altura de uma equipa tão profissional. Para nosso espanto, escolheu não uma, mas duas vocalistas (talvez para não se criar a ideia de que ninguém chegaria sequer aos calcanhares de Teresa, porque, ao se estabelecer comparações, qualquer nova vocalista, por melhor que fosse, jamais cantaria aquelas canções de sempre com tamanha alma). As duas novas vozes, claramente uma mais grave e a outra mais aguda, têm qualidade. Comparações não vale a pena fazer, porque Teresa Salgueiro é, de facto, única.
Estudando atentamente o percurso musical do grupo desde o início (Os Dias da MadreDeus, 1987), percebe-se que não há linearidade, que há fases de produção. Observa-se cada vez mais uma tentativa de aproximação à contemporaneidade musical, no que diz respeito à produção (tanto nas letras, como nas músicas); e mesmo relativamente aos próprios instrumentos musicais: com efeito, em tempos houve nele um acordeão, e agora, 20 anos depois, surge uma guitarra eléctrica.
Resta agora esperar para ver que impacto terá este novo projecto.

1 comentário:

Marguerite disse...

Como sabes, gosto bastante das músicas dos Madredeus e por isso, sei que sentirei saudades do esplendor do grupo unido!

Muitos Beijinhos*

=)